segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

em viagem com Turguénev pela Rússia do século XIX

Ivan Sergueievitch Turguénev (Orel, 1818 - Paris, 1883)
(foto retirada do livro O Crepúsculo do Amor)
Neste mesmo blogue já falei sobre o autor australiano Robert Dessaix, sobre dois livros dele que li e que me conquistaram para sempre. No entanto não cheguei a mencionar, como devia, um terceiro livro de Dessaix, desta vez bem diferente dos anteriores, mas onde a sua marca de sensibilidade, inteligência e cultura está mais uma vez impressa: um estudo sobre o escritor russo Ivan Turguénev, O Crepúsculo do Amor – viagens com Turguénev. Na verdade, uma meditação sobre o amor a partir da vida privada do escritor russo, que «durante quarenta anos foi apaixonadamente devotado a Pauline Viardot, uma célebre cantora de ópera, seguindo-a, a ela e ao marido, por toda a Europa. No entanto, a sua relação foi sempre casta – ambos tiveram casos com outras pessoas – e em várias épocas Turguénev viveu amigavelmente na porta ao lado do casal Viardot.» (da contracapa)


Este livro de Dessaix é o responsável por eu ter ido em busca de Turguénev, autor que então ainda não conhecia. Citado por Dessaix no seu estudo, o livro Pais e Filhos foi logo a minha primeira escolha, em edição da Relógio D'Água, com um posfácio de Vladimir Nabokov que começa assim: «Pais e Filhos não só é o melhor romance de Turguénev, mas também um dos maiores romances do século XIX.» (Aqui entre nós, discordo de Nabokov: o melhor de Turguénev, para mim, é Cadernos de um Caçador.)


Numa sequência irresistível, li Fumo, também já comentado neste blogue. E depois de um breve intervalo tenho agora em mãos Águas da Primavera. Todas edições da Relógio D'Água, na sua colecção de Clássicos.



Esta viagem com Turguénev pela Rússia do século XIX deverá continuar com mais dois livros, que possivelmente irão marcar o final deste meu primeiro e marcante «ciclo russo»: Cadernos de Um Caçador, contos «de uma beleza estranha e inquietadora, e que, no seu conjunto, são a melhor resposta para a pergunta 'Porquê ler?' » (Harold Bloom em Como Ler e Porquê?); e Diário de um Homem Supérfluo, edição da Estrofes&Versos, que assim se apresenta: «Nasci há trinta anos, filho de proprietários rurais bastante ricos. O meu pai era um jogador apaixonado; a minha mãe era uma senhora de carácter... uma senhora muito virtuosa. Mas não conheci nenhuma mulher a quem a virtude proporcionasse menos satisfação. Oprimida sob o fardo das suas qualidades, atormentava toda a gente, a começar por si própria.»



O facto é que nos livros de Turguénev tenho a sensação de encontrar, ao fim e ao cabo, toda a humanidade. Por isso não me canso de degustar cada página. E deixo aqui como sugestão de leitura para o dia em que nos quisermos surpreender.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Tipografia e modernidade

Foto: Joana Saramago

Link do vídeo: Ofício das palavras

"(...) então isso veio sendo engolido exatamente por essa pressa que a modernidade foi impondo ao processo tipográfico."

tipografia: do grego typos - forma - e graphein - escrita





domingo, 5 de dezembro de 2010

Nicolas Jones - book sculptor



... "these books were conceived, born, loved, stored, discarded, found anew, studied, cut, folded and reborn." (N. Jones)

link: http://www.bibliopath.org/














sábado, 4 de dezembro de 2010

o Grupo Porto e o mercado editorial

"Vasco Teixeira é um apologista da concentração editorial, porque esta evita que a indústria do livro fique nas mãos de estrangeiros e lhe dá melhores condições para enfrentar os desafios do digital." (Jornal Público, 17/11/2010)

Toda a entrevista de Vasco Teixeira, responsável editorial da Porto Editora, a propósito do mercado editorial e dos horizontes do Grupo: www.publico.pt

Eu pessoalmente ainda prefiro aquelas que têm resistido, as editoras chamadas 'independentes'. Associo essa intrepidez ao próprio trabalho do editor. Um ideal que um dia conheci e com o qual ainda sonho. Em meio à aridez das regras do tão falado 'mercado', resisto, romântica, junto com elas.

sábado, 13 de novembro de 2010

Centenário de Rachel de Queiroz


Adorei ler Rachel de Queiroz, e por isso tenho imensa pena em não poder estar no Instituto Moreira Salles, no Rio, no próximo dia 17/11, quarta-feira, a partir das 19 horas.
Primeiro, exibição do filme O cangaceiro, realização de Lima Barreto. Depois Elvia Bezerra lança Mandacaru, poemas inéditos de Rachel, numa bela edição, ao que me disseram.
Heloísa B. de Hollanda fala sobre a musa de 'Não me deixes' - fazenda em Quixadá (que significa "curral de pedras"), no sertão do Ceará.
E por fim a leitura da peça A beata Maria do Egito, direcção de Aderbal Freire-Filho.

Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 1910. Foi tradutora, romancista, escritora, jornalista e dramaturga, e a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Ganhou inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 1993.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

edição de autor



http://www.livrodeautor.com

Se escreves poesia, conto, crónicas;
se tens um romance, uma biografia, uma tese, um blogue...
... ou então relatos de viagem, memórias, histórias de família,
ou outros momentos da tua vida
que queres deixar registados e partilhar, venha conhecer-nos.

Fazemos edições de autor cuidadas e personalizadas,
em quaisquer tiragens
e em várias opções de formato.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

poesia, poesia sempre

Sintra

Perdi a conta do tempo que fiquei a vasculhar, online, o acervo de poesias do site da Casa Fernando Pessoa.

Deixo o link (http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/index.php?id=2241) e deixo também esses versos de Álvaro de Campos "ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra":

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?

Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida…

Maleável aos meus movimentos subconscientes no volante,
Galga sob mim comigo, o automóvel que me emprestaram.
Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita.
Em quantas coisas que me emprestaram eu sigo no mundo!
Quantas coisas que me emprestaram guio como minhas!
Quanto que me emprestaram, ai de mim!, eu próprio sou!

À esquerda o casebre — sim, o casebre — à beira da estrada.
À direita o campo aberto, com a lua ao longe.
O automóvel, que parecia há pouco dar-me liberdade,
É agora uma coisa onde estou fechado,
Que só posso conduzir se nele estiver fechado,
Que só domino se me incluir nele, se ele me incluir a mim.

À esquerda lá para trás o casebre modesto, mais que modesto.
A vida ali deve ser feliz, só porque não é a minha.
Se alguém me viu da janela do casebre, sonhará: Aquele é que é feliz.
Talvez à criança espreitando pelos vidros da janela do andar que está em cima
Fiquei (com o automóvel emprestado) como um sonho, uma fada real.
Talvez à rapariga que olhou, ouvindo o motor, pela janela da cozinha
No pavimento térreo,
Sou qualquer coisa do príncipe de todo o coração de rapariga,
E ela me olhará de esguelha, pelos vidros, até à curva em que me perdi.
Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?
Eu, guiador do automóvel emprestado, ou o automóvel emprestado que eu guio?

Na estrada de Sintra ao luar, na tristeza, ante os campos e a noite,
Guiando o Chevrolet emprestado desconsoladamente,
Perco-me na estrada futura, sumo-me na distância que alcanço,
E, num desejo terrível, súbito, violento, inconcebível,
Acelero…
Mas o meu coração ficou no monte de pedras, de que me desviei ao vê-lo
sem vê-lo,
À porta do casebre,
O meu coração vazio,
O meu coração insatisfeito,
O meu coração mais humano do que eu, mais exacto que a vida.

Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao volante,
Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim…

11 - 5 - 1928

In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Teresa Rita Lopes, 2002

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cinematographo - João do Rio

Há uns anos, no Rio, comprei uma edição em formato pocket de um livro de crónicas de João do Rio intitulado A Alma encantadora das ruas. É claro que eu, flâneur inveterada, não poderia resistir a esse título e ao que ele parecia prometer - eu ainda não conhecia as crónicas do João.
Já em Portugal, mostrei o meu exemplar a um amigo, editor independente, que idealizou um projecto editorial - ainda não concretizado - em torno das crónicas do autor, incluindo alguma coisa que ele publicara no Porto.
Tempos depois, ele me ofereceu este Cinematographo, edição de 1909 da Livraria Chardron, actual Lello & Irmão, no Porto.
Trago as fotos da capa, pela encadernação, e da folha de rosto.
E repito a foto, já publicada neste blogue, da então Livraria Chardron na altura da edição do Cinematographo.




terça-feira, 19 de outubro de 2010

começando a ler Travessuras da Menina Má




Logo que saiu a notícia do Nobel de Literatura para Vargas Llosa, houve naturalmente muitos comentários sobre a obra do autor e as preferências de cada um por este ou aquele livro. Em conversa com amigos, surgiram alguns nomes mas principalmente dois deles: Conversa na Catedral e Travessuras da Menina Má.
O primeiro, comprei há pouco tempo, numa feira de sebos (alfarrabistas) no Largo do Machado, no Rio. Mas ainda não li. A edição (7ª) é de 1987, publicada pela editora Francisco Alves, com tradução de Olga Savary (nome em destaque no rodapé da capa). Logo abaixo do nome do autor, o anúncio de que o livro recebeu o Prémio Ernest Hemingway 1985.
Trouxe o livro na bagagem, junto com outros que ganhei, todos à espera cada um da sua vez.
Entretanto, outro passou à frente. É engraçado como o boca a boca funciona. Registei as impressões e opiniões alheias e, saindo do supermercado, passando em frente à livraria Bulhosa, entrei e simplesmente comprei, sem pestanejar, o meu exemplar de Travessuras da Menina Má.
O facto é que tenho me deliciado, mesmo estando nas primeiras quarenta e poucas páginas, com a narrativa e todas as suas referências locais e nomes e caracterizações dos personagens. Sem falar que houve um dado inesperado que me cativou: a grande semelhança entre o temperamento de uma das personagens e o de uma amiga. Toda a caracterização inicial, física e psicológica, de uma das "chileninhas" me fez reconhecer, desde o princípio, esta pessoa real que conheço já lá vão tantos anos.
Não tenho qualquer suspeita do que virá a seguir. E nem tenho pressa que tudo se revele de uma vez. Prefiro manter o mesmo ritmo de leitura e ir descobrindo aos poucos o que terá Vargas Llosa engendrado, com sua maestria, para estar a conquistar a mim também.

Da contracapa:

"Ricardo vê cumprido, muito cedo na vida, o sonho que sempre alimentara de viver em Paris. Mas o reencontro com um amor da adolescência mudará tudo. Essa jovem inconformista, aventureira, pragmática e inquieta arrastá-lo-á para fora do estreito mundo das suas ambições.
Criando uma admirável tensão entre o cómico e o trágico, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para dar vida a uma história na qual o amor se nos revela indefinível, senhor de mil caras, tal como a menina má.
Paixão e distância, sorte e destino, dor e prazer...
Qual o verdadeiro rosto do amor?"

21 de Novembro. Um mês a ler o livro. Terminei hoje. Um mês por minha culpa (porque leio sempre pelo menos dois livros ao mesmo tempo), nunca por culpa do livro de Vargas Llosa, que li com grande prazer. Agora já estou a sentir falta do Ricardito, da chileninha, das piroseiras, da doçura e constância do amor do menino bom. Em algum momento até me fez recordar O Amor no tempo do cólera, um dos meus livros preferidos de Gabriel García Márquez e um dos meus livros preferidos desde sempre.

Travessuras da Menina Má
Mario Vargas Llosa
5ª edição
376 pp
Publicações Dom Quixote
Lisboa, Outubro de 2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

encadernação - técnica e arte



"Todo o livro requer uma minúcia apaixonante para quem dele trata, e ainda nos dias de hoje se adquirem técnicas e materiais oriundos da Idade Média, a prensa, o martelo, as agulhas, as tesouras, e a cola, com a particularidade desta cola ser feita com água e farinha de trigo, adicionada com vinagre, que é fervida e apura-se uma pasta viscosa, a que nós chamamos de "massa".
Toda esta técnica e materiais torna viva e duradoura no tempo a arte de trabalhar o livro.
Esta encadernação ainda utiliza as técnicas dos primeiros encadernadores dos séculos XVII e XVIII , onde os livros eram empastados com capas de couro (bezerro) e geometricamente traçados a ouro.
Nós utilizamos estas técnicas contrariando a história, que refere a sua extinção!
Para quem nos visita pode recuar no tempo, e descobrir esta arte que deve prosseguir no futuro!

Carlos Simões"

Do blogue da Encadernação Florindo & Costa: http://encadernacao-leiria.blogspot.com/

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

HHhH (Himmlers Hirn heißt Heydrich)

Praga

Há bem pouco tempo li um livro que me fez viajar de muitas maneiras - para um lugar, para uma época, para dentro de um episódio da História, para dentro da vida de um país no centro da Europa: a República Checa (naquele tempo ainda Checoslováquia).


HHhH é um dos mais interessantes livros que li nos últimos tempos. Narrado em 1ª pessoa (o próprio autor, Laurent Binet), conta um episódio marcante da II Guerra Mundial, durante o período em que Praga tornou-se um dos mais temíveis centros do poder nazi.
Se me perguntarem se é romance histórico, história romanceada, história pura e simples, eu direi que não é nenhuma destas opções - sendo, ao mesmo tempo, um pouco de tudo. Inclusive literatura.



Acontece que o autor está envolvido, diria mesmo 'enredado', naquilo que conta; quase que menos como autor, e mais como se fora uma testemunha. Ao lado daqueles factos ocorridos no ano de 1939, ficamos a saber da viagem do autor a Praga nos dias recentes, viagem destinada sobretudo à pesquisa para o livro. E começa então a outra longa e difícil viagem: a viagem do escritor que quer contar a sua história, e que pelo meio vai construindo e desconstruindo a sua forma de contá-la. Para mim, esse foi um dos grandes trunfos do livro: como leitora, perceber as idas e vindas do autor para narrar uma história verídica - e dramática -, sem ser um historiador, nem ficcionista. Mas sim um hábil contador da história.

Leia um trecho (pp. 19-20): aqui neste mesmo blogue

HHhH - Operação Antropóide
Laurent Binet
1º Prémio Goncourt 1º Romance 2010
Revelação 2010 - Revista Lire
Tradução do francês por Manuela Torres
300 páginas
Sextante Editora, Abril de 2011

O livro estará nas livrarias este mês de Abril, em Portugal, pelo selo da Sextante.
E garanto que quem o ler vai desejar ir a Praga logo a seguir. Eu já fui, e agora desejo voltar.

Prémio Nobel de Literatura 2010

Mario Vargas Llosa


"In the last few years, something curious has happened. I’ve noticed that I’m reading less and less by my contemporaries and more and more by writers of the past. I read much more from the nineteenth century than from the twentieth. These days, I lean perhaps less toward literary works than toward essays and history. I haven’t given much thought to why I read what I read . . . Sometimes it’s professional reasons. My literary projects are related to the nineteenth century: an essay about Victor Hugo’s Les Misérables, or a novel inspired by the life of Flora Tristan, a Franco-Peruvian social reformer and “feminist” avant la lettre. But then I also think it’s because at fifteen or eighteen, you feel as if you have all the time in the world ahead of you. When you turn fifty, you become aware that your days are numbered and that you have to be selective. That’s probably why I don’t read my contemporaries as much."

Link para a entrevista completa ao The Paris Review (1990): http://www.theparisreview.org/interviews/2280/the-art-of-fiction-no-120-mario-vargas-llosa

quarta-feira, 6 de outubro de 2010


O "Gauchão de Literatura" (Campeonato Gaúcho de Literatura), inspirado no esquema futebolístico, promove partidas entre livros de escritores gaúchos ou radicados no Rio Grande do Sul. O objectivo é promover o debate sobre a produção local e estimular a leitura e o consumo da literatura do RGS.
O "juiz" convocado tem a responsabilidade de ler os dois livros, elaborar uma resenha crítica e realizar a avaliação final do "jogo", incluindo um "placar".

Uma pequena amostra:

"Atalhos [cenas brasileiras], de Luís Dill e Um guarda-sol na noite, de Luiz Filipe Varella. Atalhos versus Guarda-sol. Os times se alinham à beira do gramado para o hino rio-grandense (Como a aurora precursora do farol da divindade…). Todos alinhados, a diferença entre uniformes causa constrangimentos à tribuna de honra. O minimalismo elegante da equipe Guarda-sol em intenso contraste com o tradicionalismo utilitarista da equipe Atalhos. Vitórias são conquistadas nos noventa minutos, ainda bem, não na apresentação dos times. Embora, o cronista deve confessar, a questão estética não seja descartável: a leitura do jogo teria sido melhor se todos os lances da equipe Atalhos fossem vistos sobre páginas de papel pólen bold, que ajudam muito a leitura noturna à luz de refletores.
(...)
O esquema de jogo da equipe Guarda-sol segue poucas variações formais: contos, microcontos e os inevitáveis, e improfícuos, exercícios de linguagem. São narrativas cheias de personagens mergulhados na própria introspecção, distantes do mundo, às vezes frios. Alguns carregam consigo uma semente que, se bem regada, poderia crescer numa formidável psicopatia à Edgar Allan Poe – este, uma grande influência sobre o técnico Varella.

As 23 narrativas em Um guarda-sol na noite são literárias. É estranho e óbvio este comentário? Bem, dizer isso das 23 narrativas da equipe Guarda-sol não é tão estranho assim, porque, em comparação, o esquema de jogo da equipe Atalhos não segue a mesma uniformidade."



Para saber mais, vá ao link: http://gauchaodeliteratura.wordpress.com/

o objecto livro (com suas capas) nas nossas mãos



























(as fotos dos livros de Camus, Dylan Thomas e James Joyce foram tiradas do blogue de David Mendes)

Umberto Eco responde


The Paris Review entrevista Umberto Eco

“I suspect that there is no serious scholar who doesn’t like to watch television. I’m just the only one who confesses. And then I try to use it as material for my work. But I am not a glutton who swallows everything. I don’t enjoy watching any kind of television. I like the dramatic series and I dislike the trash shows. ”

Leia a entrevista completa em: http://www.theparisreview.org/interviews/5856/the-art-of-fiction-no-197-umberto-eco

sábado, 2 de outubro de 2010

A Palavra degradada

(tirado do Ex-Blog do Cesar Maia, que recebo por e-mail)


"Trechos do artigo de Santiago Kovadloff no La Nacion (24).

A interdependência entre linguagem, moral e política se mostra, desde sempre, como um fato indiscutível. George Steiner pôde constatar "as pressões exercidas pela decadência cultural sobre a linguagem". Desde o início dos anos 60, advertiu que "os imperativos da cultura e da comunicação de massa têm forçado a linguagem a desempenhar papéis cada vez mais grotescos." A obscenidade do grotesco consiste em sua ostentação; na exposição da vulgaridade como um bem.

Líderes políticos incorporam em seu vocabulário a grosseria e a insolência como se não fossem ou, ainda pior, como se fossem dignos de divulgação. Abertamente e com frequência cada vez maior, fazem eco deste fascínio pela grosseria verbal, esforçando-se em apresentá-la como uma garantia de autenticidade e proximidade com seu público. A brutalidade, o ordinário e o grotesco foram pavimentando o caminho para algo ainda pior: o movimento progressivo de todos os tipos de violência verbal.

(...)

Assim não incentiva o debate, mas sim o maniqueísmo. A discordância necessária se transforma, sob o seu peso, em confrontação. E o confronto, em seu caso, em uma prática voltada para o extermínio do adversário. A degradação do idioma, em boa parte dos políticos, reflete a magnitude alcançada pela perda do valor das investiduras. Tão difundida é essa degradação que seria injusto supor que o oficialismo tem o monopólio da degradação da linguagem. Mas é inegável que em suas fileiras esta prática encontra uma maior aceitação.

(...)

Andar pelas ruas, avenidas e vias é, há muito, um risco radical. Freqüentar livremente o caminho das palavras começa a ser também."

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

quando Outubro vier (e já está quase)


Dois novos livros de Gonçalo M. Tavares, editados, respectivamente, pela Caminho e pela Porto Editora: Uma Viagem à Índia e Matteo perdeu o Emprego.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

páginas que iluminam



Light reading lamp
Candeeiros feitos de páginas de livros
by Lula Dot








Do site de Lula Dot:
"More books are printed every year, read and discarded. Even though many are taken to charity shops, they mostly go unsold and the charities have to pay for the books to be sent to landfill. For example 10,000 books a week from one charity will go to waste. There is currently no infrastructure set up to recycle the paper from books because the paper is low grade and the glue on the spine must be removed. These wasted books are used to create an attractive chandelier."

domingo, 19 de setembro de 2010

João Gilberto Noll falando sobre literatura

"A viagem é muito individual, não é? [silêncio] Eu acho que tem que doer um pouco, a escrita. Se não doer um pouco tem alguma coisa errada aí. A não ser que o cara seja um escritor de questões históricas... Seja muito distante da psicologia pessoal, está mais preocupado com o mundo objetivo etc. Se não, acho que tem que doer um pouco. Na literatura, tem que ir um pouco além daquilo que você vive, daquilo que se é obrigado a viver no meio social... Esconde-se muita coisa diante dos outros. E na literatura tem que se desvelar, revelar isso... É isso que dói. Eu quando escrevo fico pensando: “Essas coisas não se dizem! Não devem ser ditas”. Não, vamos dizê-las, sim. Vamos dizê-las, sim."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

As armadilhas da língua

Tautologia é o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como podemos ver na lista a seguir:

- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exata
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito

Observemos que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

fontes de consulta

Só agora percebi que neste blogue, que pretende interagir com os colegas de atividade, faltava um item importante: dicas sobre fontes de consulta. Como não pensei nisso antes?!
Acrescento hoje na coluna à direita os sites que mais consulto nos meus trabalhos, e que espero sejam úteis a todos.

A CIDADE DO HOMEM - apresentação


















Ontem ganhei um exemplar do meu mais recente - e difícil, e desafiador - trabalho de revisão: A Cidade do Homem, de Amadeu Lopes Sabino. Um livro entre Portugal e Brasil durante a segunda metade do século XVIII. Um pedaço da História em meio às ideias de liberdade daqueles tempos, que culminaram com a Revolução Francesa na Europa, e no Brasil alimentaram os bastidores da chamada "inconfidência mineira".




Da contra-capa:

Romance, ficção documentada, relato das errâncias de um narrador europeu do século XXI através do universo mental do iluminismo, A Cidade do Homem é a biografia imaginada de António Dinis da Cruz e Silva (1731-1799), magistrado e poeta árcade que viveu, trabalhou e poetou em Portugal e no Brasil. Participante ativo nas polémicas que, durante o consulado de Pombal, agitaram o Reino e a Europa, foi juiz militar em Elvas e autor de O Hissope, sátira à querela protocolar entre o bispo e o deão da Sé da cidade alentejana. Presente desde o início no imaginário do protagonista, o Brasil torna-se o cenário da narrativa com a transferência de Cruz e Silva para a Relação do Rio de Janeiro em 1776. A partir desse ano, servidor da Justiça e de Apolo, julgou e poetou nas capitanias do Sul, sobretudo em comarcas do Rio e de Minas, privando com os juristas e árcades locais. Em 1792, seria membro do tribunal que julgou e condenou na capital do Brasil os inconfidentes mineiros, entre eles os seus companheiros mais próximos nas lides judiciais e na poesia. Numa digressão através da História e das ideias em busca da polis racional, A Cidade do Homem centra-se na condenação dos conspiradores à morte ou ao degredo, evocando uma época que, na Europa, em Portugal e no Brasil nas vésperas da independência, prenunciou os antagonismos e as hecatombes do nosso tempo.

A Cidade do Homem
Amadeu Lopes Sabino
568 pp
Sextante Editora
Lisboa, Setembro de 2010

O livro foi apresentado em Elvas, cidade de nascimento de Amadeu Sabino, e em Lisboa a 21 de Outubro, na Livraria Bulhosa.
Esta obra será em breve publicada também no Brasil.

Agora também editado no Brasil, pela editora Record:

sábado, 4 de setembro de 2010

alegrias e tristezas do trabalho

Ontem recebi o meu exemplar de oferta por ter feito a revisão de mais este livro de Alain de Botton.
Em tempos em que se pensa tanto sobre a forma de trabalhar, e em que o próprio trabalho é disputado a peso de ouro, refletir sobre vários contextos e situações da nossa atividade profissional, seja esta qual for e onde for, é no mínimo bastante útil; e além de útil pode ser bastante interessante, se acompanharmos os relatos e as considerações deste espirituoso autor.

Aquilo a que normalmente nos dedicamos quando vamos entrar para a universidade, ou quando estamos num momento crítico da nossa atividade - isto é, pensar de forma concentrada sobre que rumo dar à nossa vida profissional -, aqui, ao longo da leitura do livro, é possível fazer muito naturalmente, com mais perspectiva, e até divertidos, mas nem por isso menos envolvidos. E ainda que as rotinas e as pessoas que o autor traz sejam um pouco ou mesmo muito diferentes de nós, percebemos que são idênticos os anseios de realização e de complementação do nosso sentido de vida através do trabalho.

Da contracapa:
"Com uma perspectiva filosófica e a sua característica combinação de perspicácia e sabedoria, Alain de Botton conduz-nos numa jornada que abarca toda uma gama propositadamente eclética de actividades profissionais, desde a ciência aeroespacial até ao fabrico de biscoitos, da contabilidade às belas artes, com o objectivo de explorar o que faz o nosso trabalho ser gratificante ou desalentador."



Alegrias e Tristezas do Trabalho
Alain de Botton
Tradução de Lídia Geer
Publicações Dom Quixote
Alfragide, Abril de 2010
384 pp

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

'E agora, José?'

Num determinado momento deste blogue tive de me definir quanto a utilizar ou não as normas do novo Acordo Ortográfico. Mesmo ciente de que eventualmente poderia sucumbir à grande confusão em torno das tais normas, lá fui eu. Mas hoje, ao ler este comentário sobre a palavra dia-a-dia (ou dia a dia?), é que percebi onde me tinha metido!

"De facto, na 5.ª edição do Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras, a palavra dia a dia aparece grafada sem hífen.
Na Base XV, n.º 6, é indicado que nas locuções de qualquer tipo não se aplica o hífen, a não ser em palavras cujo uso já esteja consagrado, como, por exemplo, «água-de-colónia», «arco-da-velha», «cor-de-rosa».
Deste modo, a 5.ª edição do Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira não consagra esta palavra com hífen. Podemos então admitir que no Brasil a grafia realmente muda.
Todavia, no Portal da Língua Portuguesa (www.portaldalinguaportuguesa.org), sobre a ortorgrafia desta palavra, lê-se: «A grafia da palavra dia-a-dia não muda com o novo acordo.» Em Portugal, ainda não é possível afirmar com certeza o que irá acontecer."
(Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, 02/06/2009)

Se é assim... volto ao hífen que já tinha eliminado do subtítulo deste blogue.

Mas notem bem: no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de João Malaca Casteleiro, da Porto Editora, a palavra consta sem hífen, e sem variante. - 'E agora, José?'

número 1 da Revista PESSOA


PESSOA é uma recém-lançada revista dedicada à divulgação da literatura portuguesa no espaço lusófono. Presidente do conselho editorial: Luiz Ruffato. Periodicidade: trimestral. Veja mais em http://www.revistapessoa.com/

domingo, 15 de agosto de 2010

"Falar uma língua não é fazer o que a língua diz"


Leio numa curiosa entrevista com Daniel Heller-Roazen, linguista, pesquisador, algo que não conhecia: as misturas de línguas nos poemas medievais. Poemas que começam, por exemplo, em árabe, mas terminam em português ou espanhol; ou então que alternam entre latim e francês, ou galego e provençal. O que interessa a Daniel é a ideia de um texto cuja língua era incerta, ou mesmo impossível de se identificar. Como ele diz, "são textos escritos numa língua de ninguém".
Recentemente, Daniel H-R publicou um livro chamado Escolalias - Sobre o Esquecimento das Línguas, onde, entre outros temas, fala sobre a noção de pertença da língua, que ele comenta também na entrevista: "A preocupação com a conservação das línguas expressa uma concepção de linguagem que é, em minha opinião, contestável. Quem tem, enfim, o poder de decidir o que as pessoas falam, ou como elas falam? Uma língua pertence igualmente a todos que a falam, não é inalienável, como uma propriedade."
E ainda: "Falar uma língua não é fazer o que a língua diz, mas se envolver com ela, mudá-la, alterá-la."

Achei útil citar tais ideias, além da menção ao livro do autor, em tempos em que tantas dúvidas e questões de norma trazem a língua portuguesa para o debate quotidiano - e um debate, diga-se de passagem, bastante acalorado, e que ainda vai longe de terminar.

Escolalias: Sobre o Esquecimento das Línguas
Daniel Heller-Roazen
Tradução de Fábio Akceirud Durão
216 pp
Editora Unicamp
2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

129.864.880 de livros


O mundo tem hoje cerca de 129 milhões de livros. Quem se deu ao trabalho de fazer essa conta foi o Google, tendo como base seu ambicioso projeto de digitalização de livros, o Google Books. O número impressiona quando se pensa na Biblioteca de Alexandria, a maior da antiguidade. Segundo a previsão mais otimista, feita pelo físico Carl Sagan na série Cosmos, ela teria perto de um milhão de pergaminhos, possivelmente muitos deles duplicados.

O engenheiro de software Leonid Taycher explicou no blog do Google Books o complexo processo utilizado pela empresa para fazer o cálculo. O Google coleta informações de várias fontes como bibliotecas, livrarias e outros catálogos. Com um arquivo bruto que já ultrapassa um bilhão de registros, a empresa então analisa esses dados para diminuir a quantidade de duplicações em cada uma das fontes, baixando o número a 600 milhões.

A partir daí é preciso um ajuste fino para diminuir as duplicações que permanecem entre as diferentes fontes. Como exemplo, Taycher conta que existem 96 registros diferentes em 46 fontes do livro "Programando em Perl, 3ª edição". Duas vezes por semana a equipe unifica todos esses registros em volumes separados, levando em conta todos os atributos de cada um deles, como nome do livro, autor, editora, ISBN, ano de publicação, etc.

Após todo esse trabalho o algoritmo do Google entregou cerca de 210 milhões de volumes, mas esse número muda sempre que a conta é refeita, por causa dos novos dados que chegam e das mudanças para aperfeiçoar o algoritmo.

O número final foi alcançado após a exclusão de microfilmes, gravações de áudio, mapas e outras obras que não deveriam ser classificadas como livros: 129.864.880.

Em um de seus projetos mais polêmicos, o Google quer digitalizar todos os livros do mundo, o que tem lhe valido uma grande briga com editoras e autores. O Google Books já foi criticado até mesmo pelo Departamento de Justiça dos EUA, que acusa a empresa de não dar a devida proteção ao direitos dos autores das obras.

Fonte: O GLOBO de 06/8/2010: http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2010/08/06/google-diz-que-mundo-tem-129-864-880-de-livros-917330576.asp

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

antiga Livraria José Olympio Editora

Rua do Ouvidor, 110

Imagem a propósito do lançamento do livro Rua do Ouvidor 110 - Uma História da Livraria José Olympio, na Livraria da Travessa, Rio.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Voyage to Brazil

Não sei se isto acontece sempre que estamos a viver em outro lugar que não o nosso, original. Mas o facto é que, de longe, o meu olhar em direção à minha cidade vem se demorando cada vez mais, interessado na sua história, à espera do que a sua paisagem, modificada ao longo dos séculos, ainda é capaz de contar; dos segredos das suas ruas que já tiveram tantos nomes; do casario que ainda consegue estar de pé em meio à indiferença de muitos - mas não de todos.
Estar longe de casa certamente tem a ver com esse desejo de estabelecer pontes onde, antes, pouco ou nada eu via.
Talvez por tais caminhos é que tenha vindo ao meu encontro, pelas mãos de uma amiga, este Journal of a Voyage to Brazil, escrito por Maria Graham.

"Rio de Janeiro, sábado, 15 de dezembro de 1821. - Nada do que vi até agora é comparável, em beleza, à baía. Nápoles, o Firth of Forth, o porto de Bombaim e Trincomalee, cada um dos quais julgava perfeito em seu gênero de beleza, todos lhe devem render preito, porque esta baía excede cada uma das outras em seus vários aspectos. Altas montanhas, rochedos como colunas superpostas, florestas luxuriantes, ilhas de flores brilhantes, margens de verdura, tudo misturado com construções brancas, cada pequena eminência coroada com sua igreja ou fortaleza, navios ancorados, ou em movimento, (...) em um tão delicioso clima, tudo isso se reúne para tornar o Rio de Janeiro a cena mais encantadora que a imaginação pode conceber. 19 de dezembro. - Passeei a cavalo, ao lado de Langford, por um dos pequenos vales ao pé do Corcovado. É chamado Laranjeiros [Laranjeiras], por causa das numerosas árvores de laranjas que crescem dos dois lados do pequeno rio que o embeleza e fertiliza. Logo à entrada do vale, uma pequena planície verde espraia-se para ambos os lados, através da qual corre o riacho sobre seu leito de pedras, oferecendo um lugar tentador para grupos de lavadeiras (...)."

Maria Graham (Inglaterra, 1785-1842) é responsável por um dos mais fidedignos e atentos depoimentos sobre o Brasil da década de 20 do século XIX. No Rio de Janeiro, testemunha os acontecimentos do chamado Dia do Fico e visita os arredores da cidade, desenhando e fazendo inúmeras anotações. Conquista então a amizade da Imperatriz D. Leopoldina, que a escolhe como preceptora da princesa D. Maria da Glória. Ficou no Brasil até 1826, quando volta definitivamente à Inglaterra.


Diário de Uma Viagem ao Brasil
Maria Graham
424 pp
Coleção Reconquista do Brasil, volume 157
Editora Itatiaia Ltda
Belo Horizonte, 1990


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