terça-feira, 15 de janeiro de 2013

meu cronista preferido

RUBEM BRAGA (Cachoeiro de Itapemirim, 12/1/1913 - Rio de Janeiro, 19/12/1990)


A outra noite
 
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
— O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra — pura, perfeita e linda.
— Mas, que coisa…
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
— Ora, sim senhor…
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. 

(Rio, setembro, 1959. Do livro AI DE TI, COPACABANA)

LER MAIS sobre Rubem Braga em Monte de Leituras

domingo, 13 de janeiro de 2013

Times New Roman



«A história da Times New Roman começa em 1929, quando Stanley Morison escreveu uma dura crítica dirigida aos executivos do jornal “The Times”, de Londres, sobre a maneira como usavam a tipografia. Morison, então consultor da empresa tipográfica Monotype Corporation, alertava para o fato de o jornal ser mal impresso e tipograficamente antiquado, conspirando contra sua reputação construída ao longo dos anos.

O “Times” se orgulhava de ser reconhecido pela tipografia. Em uma das mais famosas aventuras de Sherlock Holmes, “O cão dos Baskervilles”, publicada por Arthur Conan Doyle em 1902, o detetive diz: “A identificação das letras impressas é um dos ramos mais elementares do conhecimento para o especialista em crimes, embora eu confesse que, quando jovem, confundi o ‘Leeds Mercury’ com o ‘Western Morning News’, mas o tipo dos editoriais do ‘Times’ é inconfundível”.

Perplexos com a audácia de Morison, que ousou desafiar o jornal de quase 150 anos, os diretores formaram uma comissão para analisar as críticas. O detalhado artigo de mister Morison, autoridade já consagrada no campo da tipografia, não deixava dúvidas, e os diretores concluíram que, para o bem de seus leitores, era realmente necessário mudar a tipografia do jornal. (...)»


Por Léo Tavejnhansky para o caderno Prosa de O Globo. Ler mais AQUI

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

o fim do livro

«(...) Mais ameaçador do que o livro eletrônico, contudo, é o neo-liberalismo editorial, ou capitalistalinismo. Estou agora enfiado nas páginas de O Negócio dos Livros – Como as grandes corporações decidem o que você lê (Casa da Palavra, 2006). O autor é André Schiffrin, ex-editor da Pantheon Books, que já foi uma das grandes (em qualidade) editoras dos EUA antes de ser fagocitada pelos conglomerados econômicos que estão, mais depressa do que qualquer engenhoca feita de pixels, promovendo a destruição do livro. Não do livro como artefato de folhas de papel impressas, mas do livro como meio de transmitir idéias. (...)»

Leia mais no blogue de Bráulio Tavares: MUNDO FANTASMO

«É dificil defender somente os e-books sem ser adesista. É dificil defender os livros sem ser saudosista.» (comentário à postagem no blogue)

Leitura, cultura, entretenimento

Quando leio para me divertir, procuro um livro que não vai me exigir muito esforço e que provavelmente vai me dar uma experiência não-problemática, relaxante. Claro que de pessoa para pessoa essas receitas variam. Ler Guimarães Rosa (a cujo estilo estou habituado) para mim é uma diversão, mais do que ler certos autores jovens de hoje, nos quais preciso passar meia hora em cada página, porque eles usam uma organização de prosa com que não tenho familiaridade. (...)
"... o entretenimento é uma parte (importante) da cultura. Mas ele tem que ser a sobremesa, não pode substituir a refeição principal."
Ler mais no blogue de Bráulio Tavares: MUNDO FANTASMO

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