quinta-feira, 31 de maio de 2012

Richard Zimler: the subversive side of my personality



Lorraine Berry entrevista Richard Zimler


«Over the past thirteen years, I’ve corresponded by email with Richard Zimler, the award-winning author of The Warsaw Anagrams and The Seventh Gate, both released in the United States in 2012 by Overlook Press.

We’ve never met in person, but he has taught me a lot: how to craft a beautiful sentence about an awful experience; how to persevere when you are considered a second-class human being; how to find joy in a restricted life; how to tell a story. In this interview, conducted by email in March, he reminded me again of how important it is to write about those who can’t tell their own stories.

(...)

He is now an American expatriate. Zimler and his partner live in northern Portugal, and the eight novels he has written in fifteen years have received heaps of attention and awards in Europe. His books have been translated into multiple languages. It’s a great shame that, despite his success elsewhere, Richard Zimler is virtually unknown in the United States.»

Para ler a entrevista, siga o link talking writing





quarta-feira, 30 de maio de 2012

Getting the book invented properly

by U.K. designer and illustrator Gavin Edwards

Espaço Llansol





















Páginas manuscritas de Maria Gabriela Llansol


Jornal O Público, 3 de Março de 2008:
Maria Gabriela Llansol ganhou por duas vezes o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE). Da segunda vez, foi a obra Amigo e Amiga que lhe valeu o prémio relativo a 2006.(...) A autora é considerada uma das mais inovadoras escritoras da ficção portuguesa contemporânea e tem títulos como A restante vida (1978), Um beijo dado mais tarde (1990) e Lisboaleipzig (1994), entre outros.

A sua escrita é também por vezes considerada hermética e de difícil leitura, sendo difícil aplicar designações tradicionais como conto, romance ou mesmo diário.

Por que escreve?
Não há um porquê. Há uma afirmação. Eu só posso dizer "eu escrevo".

E por que é que não pode dizer "porquê"?
Porque se eu respondesse 'porquê' criava uma relação de causa e efeito.
Ora, eu não sinto em mim o porquê de escrever, como eu não sinto em mim o porquê de beber ou o porquê de olhar. Há a constatação de uma realidade: e nasci constitutivamente assim, escrevendo."

Maria Gabriela Llansol
in Jornal de Notícias
(14 de Julho de 1991)

No dia 19 de Maio passado, o escritor Gonçalo M. Tavares esteve na Letra E [no Espaço Lhansol] falando das suas ligações a Llansol, do modo como prolonga aqueles/aquelas que lê, assumindo activamente esses legados, prolongando-os sem se preocupar muito em os «perceber» ou interpretar. Ler/escrever é continuar outros, arriscando, nessa geografia da leitura e da escrita (...). (notícias do blogue do Espaço Lhansol)


Para acompanhar as actividades do Espaço Lhansol,  Rua Dr. Alfredo Costa, 3 - 1º F/E, Sintra, consultar o blogue: ESPAÇO LHANSOL


ou seguir pelo Facebook: https://www.facebook.com/EspacoLlansol



sábado, 26 de maio de 2012

A Livreira Anarquista (blogue)

Ambas as imagens são do blogue A Livreira Anarquista - a não perder!


Clarice Lispector - Figuras da Escrita

«A radical impossibilidade de uma compreensão sem suturas em relação a qualquer obra libertá-la-á da tirania das interpretações por parte de quem dela se pretende apropiar.»

«Numa adequação a um projeto enunciado por Clarice, entenda-se mesma a cegueira como um dado indispensável na experiência estética, na aproximação a uma obra que recusa as formas mais estritamente racionalizadoras de compreensão.»

Clarice Lispector - Figuras da Escrita
Carlos Mendes de Sousa




quarta-feira, 23 de maio de 2012

Princípios da técnica de editoração

Mesmo tendo aprendido muito com a prática, é também neste livro (edição de 1986, Nova Fronteira, Rio de Janeiro) que ainda vou buscar soluções para o meu trabalho.

 Prefácio de Antônio Houaiss.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Snoopy escritor...


A língua é minha pátria, e eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria



Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira! Fala!

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E - xeque-mate - explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé e Arrigo Barnabé

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
- Será que ele está no Pão de Açúcar?
- Tá craude brô
- Você e tu
- Lhe amo
- Qué queu te faço, nega?
- Bote ligeiro!
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem

de onde veio e por onde anda a nossa língua portuguesa?


  
A história da língua portuguesa é a história da sua evolução desde a origem, no noroeste da península ibérica, até ao presente, como língua oficial falada em Portugal, no Brasil e em vários países de expressão portuguesa. Em todos os aspectos – fonético, morfológico, léxico e sintáctico – o português é essencialmente o resultado de uma evolução orgânica do latim vulgar trazido por colonos romanos do século III a.C., com influências menores de outros idiomas.

O português arcaico desenvolveu-se no século V d.C., após a queda do Império Romano e as invasões bárbaras, como um dialecto românico, o chamado galego-português, que se diferenciou de outras línguas românicas ibéricas. Usado em documentos escritos desde o século IX, o galego-português tornou-se uma linguagem madura no século XIII, com uma rica literatura. Em 1290 foi decretado língua oficial do reino de Portugal pelo rei D. Dinis I. O salto para o português moderno dá-se no Renascimento, sendo o Cancioneiro Geral de Garcia Resende (1516) considerado o marco do seu início. A normatização da língua foi iniciada em 1536, com a criação das primeiras gramáticas, por Fernão de Oliveira e João de Barros.

A partir do século XVI, com a expansão da era dos descobrimentos, a história da língua portuguesa deixa de decorrer exclusivamente em Portugal, abrangendo o português europeu e o português internacional. (Wikipedia)

Acordos (e tentativas de acordo) ortográficos:

1911 – primeira grande reforma ortográfica adoptada em Portugal, não extensível ao Brasil.
1931 – primeiro Acordo Ortográfico aprovado entre Portugal e Brasil.
1943 – Convenção Ortográfica que deu origem ao "Formulário Ortográfico".
1945 – Convenção Ortográfica Luso-Brasileira, mas cujo resultado afinal só é tornado válido em Portugal.
1971 a 1973 – ajustes feitos em Portugal e no Brasil para reduzir as divergências ortográficas que persistiam.
1975 – projecto de Acordo, não aprovado oficialmente, por razões de ordem política, entre a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras.
1986 – no Rio de Janeiro, o primeiro encontro, na história da língua portuguesa, de representantes não apenas de Portugal e do Brasil, mas também dos cinco novos países africanos lusófonos emergidos da descolonização portuguesa.
O Acordo fruto desse encontro ficou inviabilizado pelas fortes reacções contrárias, sobretudo em Portugal.
1988 – Anteprojecto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa.
1990 – Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa, visando instituir uma ortografia oficial unificada para a língua portuguesa. Este Acordo não encontrou consenso, sobretudo em Portugal, gerando grande contestação, havendo mesmo quem tenha afirmado a inconstitucionalidade do Tratado.


Para uma informação mais pormenorizada, veja o Observatório da Língua Portuguesa, e o Portal da Língua Portuguesa.


legal ou ilegal?

Autores, professores e estudantes se manifestam em favor do livrosdehumanas.org em redes sociais desde a última quinta-feira – no Twitter, tem sido usada a tag #freelivrosdehumanas.
O site, por onde se podia baixar gratuitamente um número aproximado de 2300 livros, saiu do ar depois de ser notificado pela justiça.
À frente da ação está a ABDR – Associação Brasileira de Direitos Reprográficos, que responsabiliza o site por uma das maiores ações de pirataria já ocorridas no país,  prejuízo estimado em R$ 200 milhões.
Essa é a terceira vez que o livrosdehumanas.org tem de sair do ar. Um ano atrás, foi suspenso pelo wordpress, que então o hospedava a esse respeito no caderno “Prosa e Verso”, do Globo.
Quando estreou, em 2009, o site funcionava no blogspot, até o dia em que o Google lhes avisou que o conteúdo indexado era protegido pela lei americana. Por precaução, os organizadores o tiraram do ar. O endereço ainda está ativo. (Através do blogue Livros Etc, de Josélia Aguiar – Folha.com)


Ler a entrevista com Thiago, moderador do livrosdehumanas.org: AQUI





de vez em quando é preciso revitalizar a vida

Abaporu (do tupi-guarani, significa "O homem que come"). De Tarsila do Amaral, 1928.


A vitalidade do modernismo brasileiro, no período áureo dos anos de 1920, é devedora de significativas obras literárias, de exposições artísticas, debates candentes pelos jornais, criação de revistas, apresentação de manifestos. Nesse conjunto a Revista de Antropofagia destacou-se pela concepção ousada e pelas idéias polêmicas. Lançada em São Paulo, em 1928, por Oswald de Andrade e um grupo de amigos, como Raul Bopp e António de Alcântara Machado. Com proposta gráfica ousada, a Revista de Antropofagia teve duas fases bem diferenciadas, divulgando editoriais questionadores, textos ficcionais, artigos provocadores, comentários breves, notas de efeito cômico. Embora animada pelo espírito inovador, há escolhas bastante contraditórias.
De maio de 1928 a fevereiro de 1929, a revista circulou de modo autônomo como periódico, totalizando dez números, cada qual contendo oito páginas. Nessa primeira etapa os editoriais assinados por António de Alcântara Machado focalizam questões de ordem social e política. Oswald de Andrade, Raul Bopp são presenças constantes. Entre os colaboradores estão José Américo de Almeida, Luís da Câmara Cascudo, Ascenso Ferreira, Ruy Cirne Lima. Comparecem vários jovens escritores de Minas, a exemplo de Rosário Fusco, Abgar Renault, Carlos Drummond de Andrade, Rubens de Moraes, Pedro Nava, Murilo Mendes. Há nomes já consagrados: Yan de Almeida Prado, Manuel Bandeira, Augusto Meyer, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Álvaro Moreyra. Em meio aos textos, são reproduzidos desenhos de Rosário Fusco (Cataguazes), Antonio Gomide, da argentina Maria Clemência.
A capa da Revista de Antropofagia estampa uma ilustração de Hans Staden (1525-1579). A composição destaca aspectos de um ritual ameríndio de devoração humana, em sintonia com o ideário proposto por Oswald de Andrade no “Manifesto Antropófago”, divulgado no primeiro número da revista. Ainda que pouco sistematizado, o manifesto é um norteador de princípios. Sua linguagem poética, disposta num conjunto de aforismos, contempla paródias, fórmulas exemplares, palavras de ordem, transliterações de canto em língua geral, jogos verbais. Convive com a irreverência e com o imediatismo panfletário. Em diálogo com o manifesto, engasta-se no miolo da página um desenho de Tarsila do Amaral, O antropófago, seguindo as linhas do seu óleo sobre tela Abaporu (“O homem que come”), ou seja, O antropófago, concluído em janeiro de 1928. A tela foi oferecida a Oswald em janeiro, como presente de aniversário. Seguindo essa temática, Tarsila publica na 2ª. “dentição” da revista o desenho Antropofagia (abril) e a reprodução do óleo sobre tela de mesmo título (junho), ambos de 1929.
Com o intuito de arejar idéias, provocar, agitar, propunha-se então a descida às nossas matrizes recalcadas, sem descartar o avanço técnico do mundo contemporâneo, e em paridade com as idéias de Marx, de Freud, e dos surrealistas. Oswald firma o manifesto “em Piratininga. Anno 374 da Deglutição do Bispo Sardinha”. No conjunto dos escritos, um exemplo a destacar é o artigo de página inteira na revista de número 5, em que Oswald de Andrade aproveita para rebater críticas de Tristão de Athayde, e reafirmar fundamentos de sua “antropofagia”, propondo uma revisão da “história daqui e da Europa”. Sugere, então, que a data de nossa independência seja 11 de outubro de 1492, “último dia da América livre, pura, descolombisada, encantada e bravia”. Compreender o país significava valorizar o legado primitivo dos ameríndios, o papel da cultura africana em nosso meio, as manifestações de nossa arte popular miscigenada. Nessa esteira reflexiva, envolvendo língua, cultura e sociedade, Mário de Andrade publica “O lundu do escravo”; “Romance do veludo”; “Lundu do escritor difícil”; “Antropofagia?”, além do capítulo de abertura de Macunaíma.(...)

Para continuar a ler, com sugestões de leitura sobre o tema, siga ESTE link.

Texto de Maria Augusta Fonseca, Professora Livre Docente da Universidade de São Paulo (USP).

domingo, 20 de maio de 2012

é assim que se faz

lugar dos livros


Brêtema



Brêtema: descobri ontem, por acaso, este regionalismo (Galiza), atraída por uma conversa sobre neblinas.

A brêtema, como se não bastasse a delicada sonoridade, ainda pode ser:

mijona, "quando molha muito"
orvalhenta, "quando molha algo"
barrufa, "quando as partículas de água são imperceptíveis"
malina, "quando queima as meses, os frutos e as plantas sensíveis"

E ainda há bretemoso: "que tem brêtema".

Toda essa informação preciosa descobri no Wikcionário

quinta-feira, 17 de maio de 2012

curiosidades etimológicas – por Sergio Rodrigues

«Quem não sabe que a interjeição de despedida mais usada no português brasileiro, tchau, veio do italiano ciao – uma palavra ambivalente que, em sua língua original, pode ser empregada tanto com o sentido de “olá” quanto com o de “adeus”?
Consta que essa importação se deu no início do século 20, com possível influência da forma chau usada no espanhol sul-americano: a grafia aportuguesada “tchau” data de algum momento em torno de 1925, segundo o Houaiss – que curiosamente, contrariando seus padrões, não fornece a fonte dessa informação.
Se é famoso o parentesco de tchau com ciao, muito menos conhecida – na verdade, praticamente secreta – é a relação direta que existe no italiano entre as palavras ciao e schiavo, isto é, tchau e escravo. Ciao vem a ser uma variação dialetal de schiavo surgida no Norte da Itália.
A palavra schiavo não é mais nem menos semanticamente pesada do que o português escravo e o inglês slave, entre outros termos da mesma família que se espalharam pelas línguas ocidentais. Todos derivam, naquilo que uma sensibilidade contemporânea classificaria como o mais alto grau da incorreção política, do latim medieval slavus, sclavus. Trata-se da mesma origem do termo eslavo, nome genérico dos habitantes da Europa central e oriental que os povos germânicos escravizaram maciçamente na Idade Média.
Sendo assim, como foi que o termo schiavo, com suas conotações sombrias, veio a se tornar uma saudação jovial e despreocupada em italiano? O que à primeira vista não faz o menor sentido é na verdade de solução simples: ciao é o produto final de uma série de abreviações efetuadas na expressão de cortesia sono suo schiavo (“sou seu escravo”), equivalente à nossa formula “sou seu criado”.»

do blogue Sobre Palavras, de Sérgio Rodrigues, na revista Veja: AQUI
seção "curiosidades etimológicas"

Leia também o blogue Todoprosa de Sergio Rodrigues.

10ª FLIP – 4 a 8 de Julho – Paraty

O homenageado desta 10ª Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) será Carlos Drummond de Andrade:

FACES DE DRUMMOND

A exposição «Faces de Drummond» traz um escopo mais amplo em relação às mostras incluídas em homenagens de anos anteriores. Com base na ideia de que a obra de Drummond é marcada por tensões entre impulsos opostos, procura combinar uma abordagem cronológica e temática dividida em módulos capazes de abranger toda sua trajetória.

"O funcionário gauche", cindido entre a vida burocrática e o desajuste à rotina, e "O eterno moderno", capaz de sintetizar vanguarda e dicção clássica, são alguns dos vários Drummonds que o visitante encontrará.

Com expografia inovadora, a mostra joga espacialmente com as faces do poeta, de modo a levar o tema das contradições para a própria forma com que se organiza.

Link do site da Flip: AQUI


 













blogue da Flip: http://www.flip.org.br/blog.php

terça-feira, 15 de maio de 2012

revista LUCERNA, da Fundação José Saramago

Desde a origem da Fundação José Saramago que se viu a necessidade de uma revista que recolhesse textos e indicações dos seus colaboradores literários, que são muitos no mundo, vinculados tanto a universidades como às diferentes literaturas nacionais. Em alguns casos serão ensaios sobre a obra de José Saramago, embora Lucerna não nasça para o estudo da obra do Patrono da Fundação, mas para indagar sobre o que se está fazendo e para recuperar autores e livros-chave que não devemos nunca perder de vista porque são património de todos. Também em Lucerna, que terá uma periodicidade mensal, se procurará estimular a leitura nos diversos suportes já que, assumindo o lado bem-humorado de José Saramago, “Ler faz bem à saúde”. (do site da Fundação)

 Para ter acesso gratuito ao texto completo da revista, descarregar o pdf através do site da Fundação: AQUI.

terça-feira, 8 de maio de 2012

em tempos de escassez descobrem-se talentos




João Ricardo Pedro, o autor.
Desempregado, foi à luta e ganhou um dos prémios literários mais prestigiados em Portugal: o Prémio Leya 2011. O teu rosto será o último é um dos livros mais vendidos na 82ª Feira do Livro de Lisboa. Notável a capacidade do autor de se revelar em tempos tão escassos de tanta coisa.

O Prémio LeYa, considerado o de maior valor pecuniário em Portugal, foi criado em 2008 e visa distinguir um romance inédito escrito em português. Em 2011, ano em que João Ricardo concorreu, candidataram-se 162 romances originais, a maior parte de Portugal e do Brasil, mas também de Inglaterra, França e Itália.





quinta-feira, 3 de maio de 2012

livro de autor


book dominoes

a seção «15/25» da revista LER



Que bom descobrir essa nova seção na LER, que, pelos textos publicados, foi mais que providencial.



teus olhos um rio largo anunciam
sedimentado, encontro-me
calcário e poesia
dois lados
sou estuário
ou bacia
para o teu rio em flor?

Bacia sedimentar, Francisco Conrado, 25 anos, Braga



E ainda:
Fábio Silva, 19 anos, Mem Martins (vencedor, com O Revólver)
Frederico Batista, 25 anos, Lisboa (2º lugar, com Indiana Jones)
Luís de Aguiar Fernandes, 22 anos, Lisboa, Linha da Beira Alta
Pedro Campos de Almeida, 25 anos, Trofa, A Face mais visível de Deus
Bruno Silva, 22 anos, Valongo, Ofélia
Ana Rocha, 23 anos, Coimbra, Dith Bu


Avisa a LER no rodapé: Todos os meses há páginas da LER reservadas aos melhores textos em prosa (ficção e não-ficção) e poesia, fotografias e ilustrações enviados para revistaler15.25@gmail.com. O tema é livre e o texto não pode ultrapassar os 3000 caracteres.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Brasil: aumentou ou não o número de leitores no país?

«A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, em sua terceira versão, divulgada na semana passada pelo Instituto Pró-Livro, é o resultado de uma evolução desse tipo de trabalho no nosso país. Desde a primeira versão, no ano 2000, passando pela de 2007, os objetivos têm se mantido idênticos. Mas existem mudanças significativas entre cada uma delas, o que torna a comparação uma tarefa difícil (...)»

No suplemento Prosa & Verso, leia todo o artigo: Os brasileiros e o papel da leitura


E ainda uma entrevista com Felipe Lindoso, cientista social especializado em políticas para o livro e a leitura, sobre Bibliotecas e Formação de Leitor: AQUI


terça-feira, 1 de maio de 2012

«Academia, here I come!»


Vou-me embora...

Manuel Bandeira


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

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