sexta-feira, 26 de abril de 2013

dias contados?


"A Associação de Editores de Madri acaba de lançar uma campanha publicitária, assinada pela agência espanhola Grey, em que ilustres representantes da cultura literária de todos os tempos são impiedosamente exterminados por representantes da cultura audiovisual contemporânea. (...) A campanha é voltada para o público jovem e tem, evidentemente, o objetivo de promover a literatura, exaltando suas incomparáveis qualidades em contraste com a suposta pobreza cultural dos “adversários” audiovisuais. De forma curiosa (...) acaba por atingir o resultado oposto. Isso não se dá apenas porque adota a linguagem visual dos videogames que procura criticar, o que poderia ser visto como uma esperta ironia. A leitura atenta dos anúncios madrilenhos revela o falecimento de qualquer ironia intencional aos pés de um humor involuntário e suicida."

Da coluna Todo Prosa, de Sérgio Rodrigues. Leia o texto completo AQUI

domingo, 21 de abril de 2013

Inspiring Workspaces

E. B. White, escritor

From tiny writing desks to giant painting studios, the only thing all of these creative studios have in common is that they inspired their successful inhabitants to create greatness.


Link: 40 Inspiring Workspaces of the Famously Creative

domingo, 14 de abril de 2013

entrevista com Bernardo Carvalho

Entrevista com Bernardo Carvalho: AQUI

Trecho do livro de Bernardo Carvalho, NOVE NOITES:

Isto é para quando você vier. É preciso estar preparado. Alguém terá que preveni-lo. Vai entrar numa terra em que a verdade e a mentira não têm mais os sentidos que o trouxeram até aqui. Pergunte aos índios. Qualquer coisa. O que primeiro lhe passar pela cabeça. E amanhã, ao acordar, faça de novo a mesma pergunta. E depois de amanhã, mais uma vez. Sempre a mesma pergunta. E a cada dia receberá uma resposta diferente. A verdade está perdida entre todas as contradições e os disparates. Quando vier à procura do que o passado enterrou, é preciso saber que estará às portas de uma terra em que a memória não pode ser exumada, pois o segredo, sendo o único bem que se leva para o túmulo, é também a única herança que se deixa aos que ficam, como você e eu, à espera de um sentido, nem que seja pela suposição do mistério, para acabar morrendo de curiosidade. Virá escorado em fatos que até então terão lhe parecido incontestáveis.



quinta-feira, 4 de abril de 2013

a literatura russa chega ao Brasil pela Editora 34

Como editar autores de uma língua na qual não se é versado? “É complicado, mas não é impossível”, diz Piquet. “O que sempre fiz foi o cotejo indireto, a comparação com outras traduções. Não é o ideal. Quando você lê um texto traduzido, o seu primeiro mapa é o texto em si. Ler com atenção, com profundidade, para todas as camadas do texto. Quando se lê com atenção, percebe-se onde pode haver problemas de tradução. O trabalho de edição de texto é uma leitura aprofundada e desconfiada. Se você confiar que a tradução está certa, sem erros, você não vai levantar nenhum problema e não vai mexer no texto. Mexerá só na camada mais superficial. É um trabalho investigativo também, de certa forma”.

Ao trabalhar com Dostoiévski, cotejava com as traduções em inglês, italiano e espanhol. “Você começa a sentir os cacoetes de tradução de cada língua. Franceses têm a tendência a embelezar a tradução dos russos do século XIX. Há casos famosos de editores que alteravam realmente o livro, de como acrescentavam, cortavam etc. Os anglófonos são mais pragmáticos, e frequentemente atropelam as sutilezas ou zonas obscuras do texto. As traduções do espanhol deixavam muito a desejar e parei de usar. Os italianos eram, de longe, os melhores tradutores do russo, coisa que aprendi com o tempo.” [palavras do editor Cide Piquet].

Ler toda a matéria aqui: a literatura russa chega ao Brasil




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