quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uma viagem sem fim



"Na Índia, muita gente se perde, é um país feito de propósito para isso."


O Noturno Indiano de Antonio Tabucchi é uma pérola de ritmo e concisão: sua brevidade é uma cortina de fumaça, que oscila entre a revelação e o encobrimento de suas histórias entrelaçadas. Um homem viaja à Índia em busca dos rastros de um amigo desaparecido – e, no caminho, conhece pessoas, vê lugares, experimenta a miséria e o luxo, sem jamais passar mais de uma noite no mesmo lugar. Esse protagonista de nome incerto – origem e destino desconhecidos – é portátil: viaja apenas com uma mala pequena, sempre à mão. Sua jornada está aberta aos fluxos que chegam do percurso, assim como seu corpo. Suas feições mudam, ele não tem uma nação fixa, um idioma fixo, ou qualquer tipo de pertencimento – ele está lá para narrar.


(vale a pena ler mais do texto de Kelvin Falcão Klein, no blog da Cosac Naify, sobre Tabucchi: AQUI)

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