domingo, 29 de julho de 2012
Poesia árabe - Adonis
Espero este livro há uns sete anos.
Em 2005, fizemos na finada EntreLivros uma edição especial só sobre cultura árabe. Foi quando Michel Sleiman, autor de textos incluídos no tal volume, me contou de Adonis (pronuncia-se como oxítona), considerado por muitos o maior poeta árabe da atualidade e até então nunca traduzido por aqui. Quer dizer, Sleiman já trazia Adonis para o português por conta própria mas uma edição desses poemas não era prevista.
Via Adonis como um dos mais cotados candidatos ao Nobel e isso só aumentava minha curiosidade –não tenho planos de aprender árabe nessa encarnação e confesso que nunca busquei edição em francês. Ano passado, dias antes de sair o prêmio para o sueco Tomas Tranströmer, procurei Sleiman com a expectativa de que Adonis venceria e tive a notícia de que estava a caminho essa antologia da capa (...). Chegou agora às livrarias, pela Companhia das Letras.
Continuar a ler no blog de Josélia Aguiar: "Adonis, a moderna poesia árabe"
Um poema da antologia:
Guia para viajar pelas florestas do sentido
O que é o caminho?
anúncio de partida
escrito em folhas que o pó desenhou.
O que é a árvore?
lagoa verde cujas ondas são o vento.
O que é o vento?
alma que não quer
habitar o corpo.
O que é a morte?
carro que leva
do útero da mulher
ao útero da terra.
O que é a lágrima?
guerra perdida pelo corpo.
O que é o desespero?
descrição da vida na língua da morte.
O que é o horizonte?
espaço que se move sem parar.
O que é a coincidência?
fruto na árvore do vento
caindo entre as mãos
sem se saber.
O que é o não sentido?
doença que mais se propaga.
O que é a memória?
casa habitada só
por coisas ausentes.
O que é a poesia?
navios que navegam, sem portos.
O que é a metáfora?
asa aliviando
no peito das palavras.
O que é o fracasso?
musgo boiando no lago da vida.
O que é a surpresa?
pássaro
que escapou da gaiola da realidade.
O que é a história?
cego a tocar tambor.
O que é a sorte?
dado
na mão do tempo.
O que é a linha reta?
soma de linhas tortas
invisíveis.
O que é o umbigo?
meio caminho
entre
dois paraísos.
O que é o tempo?
veste que usamos
sem poder tirar.
O que é a melancolia?
anoitecer
no espaço do corpo.
O que é o sentido?
início do não sentido
e seu fim.
terça-feira, 17 de julho de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
nota do tradutor
(n.t.) | www.notadotradutor.com | Arte Música Literatura Tradução
Descrição da empresa
(n.t.) Revista Literária em TraduçãoArte, Música, Literatura
ISSN: 2177-5141
Descrição
A
(n.t.) é uma revista virtual de periodicidade semestral destinada à
publicação de textos literários traduzidos curtos, em formato de
seleções, para o português. A atenção da revista se volta especialmente
àquelas línguas e autores que ainda têm pouca visibilidade no sistema
literário de traduções no país. O download da revista e do suplemento de
arte é gratuito. Indexada no Latindex e Sumários.org, sob licença Creative Commons.
[Equipe editorial]
Edição e coordenação geral: Gleiton Lentz
Coedição e consultoria linguística: Roger Sulis
Ilustração e curadoria artística: Aline Daka
Assistência e consultoria linguística: Fedra Rodríguez
Ilustração de vinhetas Facebook: Bruno Stracquadanio
Números anteriores: ver AQUI
sábado, 14 de julho de 2012
Paulo Henriques Britto
Envoi
O tempo, que a tudo distorce,
às vezes alisa, conserta,
e a golpes cegos acerta:
em seu tosco código Morse
de instantes sem rumo e roteiro
então dá forma a algo de inteiro.
Não um verso, que em folha esquiva
a gente retoca e remenda
até ser coisa que se entenda,
mas algo que na carne viva
se esboça, se traça, se inscreve
bem mais a fundo, ainda que breve -
pois todo poema é murmúrio
frente ao amor e sua fúria.
do livro Formas do Nada, de Paulo Henriques Britto
ler na cama
"E qual a posição ideal para ler na cama? De barriga para cima, o mundo parece perfeito até que seus braços e ombros começam a sentir o peso da gravidade. Então você vira de lado, suponhamos, o esquerdo, e prossegue sua leitura da página 77, julgando assim ter encontrado um estado de coisas assaz satisfatório. A página 78, contudo, traz uma inverossímil reviravolta na trama e uma dificuldade: ela se localiza na parte inicial do grosso livro, que você mal começou. Como equilibrar a página 78 aberta quando se está deitado sobre o flanco corporal esquerdo, sendo esta uma folha par e o lado direito do livro, essencialmente ímpar?" (...)
Leia mais no Blog da Companhia
por que tradutor?
Marcelo
Brandão Cipolla, coordenador das traduções de inglês da editora Martins
Fontes, é tradutor há 21 anos. Gentilmente, ele aceitou o convite para
ser entrevistado para o blogue Ao Principiante. Leia na seção Entrevista, através do link abaixo. A conversa, em quatro etapas, aborda a
área editorial e muitos outros assuntos pertinentes para a
profissão, como tecnologia, especialização, pesquisa e mais. Vale a pena
acompanhar!
Link: AO PRINCIPIANTE
"quem construiu Tebas foram seus operários"
[Mesa sobre tradução da programação Off-Flip (Feira Literária Internacional de Paraty)]
“Quando eu traduzi Os Sertões, tive que comer muita carne de bode e tomar umbuzada para traduzir exatamente as sensações para o alemão.”
Repetiu também palavras de Saramago: “as literaturas nacionais são escritas pelos escritores, mas a literatura, em si, o que a torna mundial, é escrita pelos tradutores”.
“Fico triste quando vejo mesas importantes que citam os livros dos escritores estrangeiros sem fazer qualquer menção aos seus tradutores brasileiros. Quem construiu Tebas foram seus operários.”
Berthold Zilly (professor da Universidade Livre de Berlim).
“Quando eu traduzi Os Sertões, tive que comer muita carne de bode e tomar umbuzada para traduzir exatamente as sensações para o alemão.”
Repetiu também palavras de Saramago: “as literaturas nacionais são escritas pelos escritores, mas a literatura, em si, o que a torna mundial, é escrita pelos tradutores”.
“Fico triste quando vejo mesas importantes que citam os livros dos escritores estrangeiros sem fazer qualquer menção aos seus tradutores brasileiros. Quem construiu Tebas foram seus operários.”
Berthold Zilly (professor da Universidade Livre de Berlim).
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Venda de livros online: The Book Depository
THE BOOK DEPOSITORY
A livraria virtual britânica The Book Depository despacha livros para o mundo inteiro sem despesas de postagem e montou uma página em que mostra, com um delay de minutos, os títulos encomendados no site e a origem dos compradores.
Veja aqui: http://www.bookdepository.co.uk/live
Assinar:
Postagens (Atom)