quarta-feira, 18 de abril de 2012

170º aniversário de nascimento de Antero de Quental




Amar! mas dum amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...

Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor... dos amores que têm vida...

Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços,
Como névoa da vaga fantasia...

Nem murchará do Sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?


AMOR VIVO
Antero de Quental, Poesia Completa


Um comentário:

  1. Olá, Ulisses.
    Obrigada pelo simpático comentário.
    Sim, claro que irei visitar os seus blogs.
    Ana Lúcia

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