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Nasceu em Beirute, em 1949. Sua literatura mistura história e ficção e atua como uma ponte entre Oriente e Ocidente.
"Desde que deixei o Líbano, em 1976, para me instalar em França, perguntam-me inúmeras vezes, com as melhores intenções do mundo, se me sinto 'mais francês' ou 'mais libanês'. Respondo invariavelmente: 'Um e outro!' Não por um qualquer desejo de equilíbrio ou equidade, mas porque, se respondesse de outro modo, estaria a mentir. Aquilo que faz com que eu seja eu e não outrem é o facto de me encontrar na ombreira de dois países, de duas ou três línguas, de várias tradições culturais. É precisamente isso que define a minha identidade.
(...) Esta interrogação insistente fez-me sorrir durante muito tempo. Hoje já não sorrio. Porque ela me parece reveladora de uma visão do mundo muito espalhada e, a meu ver, perigosa. (...) quando se incita os nossos contemporâneos a 'afirmarem a sua identidade', como tão frequentemente se faz hoje em dia, o que se lhes diz desse modo é que devem reencontrar no seu íntimo esta pretendida pertença fundamental, muitas vezes religiosa ou nacional, racial ou étnica, e brandi-la orgulhosamente na cara dos outros. Quem reivindique uma identidade mais complexa descobre-se marginalizado."
Retirado do livro As Identidades Assassinas
Publicado por Difel
Tradução de Susana Serras Pereira
Lisboa, 2002
2ª edição
176 pp
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