domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Centenário de Rachel de Queiroz

Adorei ler Rachel de Queiroz, e por isso tenho imensa pena em não poder estar no Instituto Moreira Salles, no Rio, no próximo dia 17/11, quarta-feira, a partir das 19 horas.
Primeiro, exibição do filme O cangaceiro, realização de Lima Barreto. Depois Elvia Bezerra lança Mandacaru, poemas inéditos de Rachel, numa bela edição, ao que me disseram.
Heloísa B. de Hollanda fala sobre a musa de 'Não me deixes' - fazenda em Quixadá (que significa "curral de pedras"), no sertão do Ceará.
E por fim a leitura da peça A beata Maria do Egito, direcção de Aderbal Freire-Filho.
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, em 1910. Foi tradutora, romancista, escritora, jornalista e dramaturga, e a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Ganhou inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 1993.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
edição de autor

Se escreves poesia, conto, crónicas;
se tens um romance, uma biografia, uma tese, um blogue...
... ou então relatos de viagem, memórias, histórias de família,
ou outros momentos da tua vida
que queres deixar registados e partilhar, venha conhecer-nos.
Fazemos edições de autor cuidadas e personalizadas,
em quaisquer tiragens
e em várias opções de formato.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
poesia, poesia sempre
Deixo o link (http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/index.php?id=2241) e deixo também esses versos de Álvaro de Campos "ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra":
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Cinematographo - João do Rio
Já em Portugal, mostrei o meu exemplar a um amigo, editor independente, que idealizou um projecto editorial - ainda não concretizado - em torno das crónicas do autor, incluindo alguma coisa que ele publicara no Porto.
Tempos depois, ele me ofereceu este Cinematographo, edição de 1909 da Livraria Chardron, actual Lello & Irmão, no Porto.
Trago as fotos da capa, pela encadernação, e da folha de rosto.
E repito a foto, já publicada neste blogue, da então Livraria Chardron na altura da edição do Cinematographo.



terça-feira, 19 de outubro de 2010
começando a ler Travessuras da Menina Má


Logo que saiu a notícia do Nobel de Literatura para Vargas Llosa, houve naturalmente muitos comentários sobre a obra do autor e as preferências de cada um por este ou aquele livro. Em conversa com amigos, surgiram alguns nomes mas principalmente dois deles: Conversa na Catedral e Travessuras da Menina Má.
O primeiro, comprei há pouco tempo, numa feira de sebos (alfarrabistas) no Largo do Machado, no Rio. Mas ainda não li. A edição (7ª) é de 1987, publicada pela editora Francisco Alves, com tradução de Olga Savary (nome em destaque no rodapé da capa). Logo abaixo do nome do autor, o anúncio de que o livro recebeu o Prémio Ernest Hemingway 1985.
Trouxe o livro na bagagem, junto com outros que ganhei, todos à espera cada um da sua vez.
Entretanto, outro passou à frente. É engraçado como o boca a boca funciona. Registei as impressões e opiniões alheias e, saindo do supermercado, passando em frente à livraria Bulhosa, entrei e simplesmente comprei, sem pestanejar, o meu exemplar de Travessuras da Menina Má.
O facto é que tenho me deliciado, mesmo estando nas primeiras quarenta e poucas páginas, com a narrativa e todas as suas referências locais e nomes e caracterizações dos personagens. Sem falar que houve um dado inesperado que me cativou: a grande semelhança entre o temperamento de uma das personagens e o de uma amiga. Toda a caracterização inicial, física e psicológica, de uma das "chileninhas" me fez reconhecer, desde o princípio, esta pessoa real que conheço já lá vão tantos anos.
Não tenho qualquer suspeita do que virá a seguir. E nem tenho pressa que tudo se revele de uma vez. Prefiro manter o mesmo ritmo de leitura e ir descobrindo aos poucos o que terá Vargas Llosa engendrado, com sua maestria, para estar a conquistar a mim também.
Da contracapa:
"Ricardo vê cumprido, muito cedo na vida, o sonho que sempre alimentara de viver em Paris. Mas o reencontro com um amor da adolescência mudará tudo. Essa jovem inconformista, aventureira, pragmática e inquieta arrastá-lo-á para fora do estreito mundo das suas ambições.
Criando uma admirável tensão entre o cómico e o trágico, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para dar vida a uma história na qual o amor se nos revela indefinível, senhor de mil caras, tal como a menina má.
Paixão e distância, sorte e destino, dor e prazer...
Qual o verdadeiro rosto do amor?"
21 de Novembro. Um mês a ler o livro. Terminei hoje. Um mês por minha culpa (porque leio sempre pelo menos dois livros ao mesmo tempo), nunca por culpa do livro de Vargas Llosa, que li com grande prazer. Agora já estou a sentir falta do Ricardito, da chileninha, das piroseiras, da doçura e constância do amor do menino bom. Em algum momento até me fez recordar O Amor no tempo do cólera, um dos meus livros preferidos de Gabriel García Márquez e um dos meus livros preferidos desde sempre.
Travessuras da Menina Má
Mario Vargas Llosa
5ª edição
376 pp
Publicações Dom Quixote
Lisboa, Outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
encadernação - técnica e arte



Toda esta técnica e materiais torna viva e duradoura no tempo a arte de trabalhar o livro.
Esta encadernação ainda utiliza as técnicas dos primeiros encadernadores dos séculos XVII e XVIII , onde os livros eram empastados com capas de couro (bezerro) e geometricamente traçados a ouro.
Nós utilizamos estas técnicas contrariando a história, que refere a sua extinção!
Para quem nos visita pode recuar no tempo, e descobrir esta arte que deve prosseguir no futuro!
Carlos Simões"
Do blogue da Encadernação Florindo & Costa: http://encadernacao-leiria.blogspot.com/
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
HHhH (Himmlers Hirn heißt Heydrich)
HHhH é um dos mais interessantes livros que li nos últimos tempos. Narrado em 1ª pessoa (o próprio autor, Laurent Binet), conta um episódio marcante da II Guerra Mundial, durante o período em que Praga tornou-se um dos mais temíveis centros do poder nazi.
Se me perguntarem se é romance histórico, história romanceada, história pura e simples, eu direi que não é nenhuma destas opções - sendo, ao mesmo tempo, um pouco de tudo. Inclusive literatura.

Acontece que o autor está envolvido, diria mesmo 'enredado', naquilo que conta; quase que menos como autor, e mais como se fora uma testemunha. Ao lado daqueles factos ocorridos no ano de 1939, ficamos a saber da viagem do autor a Praga nos dias recentes, viagem destinada sobretudo à pesquisa para o livro. E começa então a outra longa e difícil viagem: a viagem do escritor que quer contar a sua história, e que pelo meio vai construindo e desconstruindo a sua forma de contá-la. Para mim, esse foi um dos grandes trunfos do livro: como leitora, perceber as idas e vindas do autor para narrar uma história verídica - e dramática -, sem ser um historiador, nem ficcionista. Mas sim um hábil contador da história.
Leia um trecho (pp. 19-20): aqui neste mesmo blogue
HHhH - Operação Antropóide
Laurent Binet
1º Prémio Goncourt 1º Romance 2010
Revelação 2010 - Revista Lire
Tradução do francês por Manuela Torres
300 páginas
Sextante Editora, Abril de 2011
O livro estará nas livrarias este mês de Abril, em Portugal, pelo selo da Sextante.
E garanto que quem o ler vai desejar ir a Praga logo a seguir. Eu já fui, e agora desejo voltar.
Prémio Nobel de Literatura 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O "Gauchão de Literatura" (Campeonato Gaúcho de Literatura), inspirado no esquema futebolístico, promove partidas entre livros de escritores gaúchos ou radicados no Rio Grande do Sul. O objectivo é promover o debate sobre a produção local e estimular a leitura e o consumo da literatura do RGS.
O "juiz" convocado tem a responsabilidade de ler os dois livros, elaborar uma resenha crítica e realizar a avaliação final do "jogo", incluindo um "placar".
Uma pequena amostra:
"Atalhos [cenas brasileiras], de Luís Dill e Um guarda-sol na noite, de Luiz Filipe Varella. Atalhos versus Guarda-sol. Os times se alinham à beira do gramado para o hino rio-grandense (Como a aurora precursora do farol da divindade…). Todos alinhados, a diferença entre uniformes causa constrangimentos à tribuna de honra. O minimalismo elegante da equipe Guarda-sol em intenso contraste com o tradicionalismo utilitarista da equipe Atalhos. Vitórias são conquistadas nos noventa minutos, ainda bem, não na apresentação dos times. Embora, o cronista deve confessar, a questão estética não seja descartável: a leitura do jogo teria sido melhor se todos os lances da equipe Atalhos fossem vistos sobre páginas de papel pólen bold, que ajudam muito a leitura noturna à luz de refletores.
(...)
O esquema de jogo da equipe Guarda-sol segue poucas variações formais: contos, microcontos e os inevitáveis, e improfícuos, exercícios de linguagem. São narrativas cheias de personagens mergulhados na própria introspecção, distantes do mundo, às vezes frios. Alguns carregam consigo uma semente que, se bem regada, poderia crescer numa formidável psicopatia à Edgar Allan Poe – este, uma grande influência sobre o técnico Varella.
As 23 narrativas em Um guarda-sol na noite são literárias. É estranho e óbvio este comentário? Bem, dizer isso das 23 narrativas da equipe Guarda-sol não é tão estranho assim, porque, em comparação, o esquema de jogo da equipe Atalhos não segue a mesma uniformidade."
Para saber mais, vá ao link: http://gauchaodeliteratura.wordpress.com/