«A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, em sua terceira versão, divulgada na semana passada pelo Instituto Pró-Livro, é o resultado de uma evolução desse tipo de trabalho no nosso país. Desde a primeira versão, no ano 2000, passando pela de 2007, os objetivos têm se mantido idênticos. Mas existem mudanças significativas entre cada uma delas, o que torna a comparação uma tarefa difícil (...)»
No suplemento Prosa & Verso, leia todo o artigo: Os brasileiros e o papel da leitura
E ainda uma entrevista com Felipe Lindoso, cientista social especializado em políticas para o livro e a leitura, sobre Bibliotecas e Formação de Leitor: AQUI
quarta-feira, 2 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
Vou-me embora...
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
sábado, 28 de abril de 2012
Congresso de Literatura no Sertão
O CLISERTÃO – CONGRESSO INTERNACIONAL DO LIVRO, LEITURA E LITERATURA NO SERTÃO, tem lugar em uma das mais belas paisagens do Brasil: o Sertão do São Francisco, banhado pelo rio homônimo, que cruza quatro estados e deságua no Oceano Atlântico. (...)
A imagem que se apresenta do Sertão do São Francisco contrasta com o imaginário popular sobre Sertão e a literatura do século XX ajudou a fixar as tintas ocres desse quadro. Discutir a literatura enquanto marca identitária de um povo e resultado de sua cultura é um dos desafios lançados pelo CLISERTÃO, realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco, em uma parceria entre a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Ciência e Tecnologia, através da Fundarpe – Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco e Universidade de Pernambuco, Campus Petrolina, com o apoio da Prefeitura de Petrolina.
Diferentemente de outros eventos literários, o CLISERTÃO estabelecerá uma relação afetiva, multicultural e de intercâmbio entre os convidados nacionais, internacionais e locais como parte das ações, indo além das apresentações literárias ou das palestras, penetrando no Brasil profundo, no Brasil dos Sertões, através de intervenções descentralizadas em espaços urbanos, comunidades rurais e tradicionais da região, além das discussões acadêmicas em torno do livro, leitura e literatura, coordenadas pela Universidade de Pernambuco.
Ao mesmo tempo, a partir do CLISERTÃO, a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco fomenta a criação de uma Rede do Livro, Leitura e Literatura na Região, envolvendo os três eixos do setor nas discussões em torno da produção e de políticas públicas para o livro.
As atividades do CLISERTÃO se desenvolverão nos eixos Livro, Leitura e Literatura em diversos espaços da cidade de Petrolina.
Link: CLISERTÃO
a literatura brasileira hoje por José Castello

Público: «Ribamar desconstrói a ideia feita da ficção brasileira como "urbana, tropical, violenta e trepidante". Incomoda-o essa visão redutora?»
JC: «Sim, incomoda-me muito a ideia que se costuma ter, mesmo aqui no Brasil, a respeito da literatura brasileira. A literatura brasileira que me interessa é a que se desvia dessa "receita tropical". Escritores como João Gilberto Noll, Raduan Nassar, Michel Laub, Bernardo Carvalho, Cristovão Tezza, Eliane Brum, Raimundo Carrero. Autores que escrevem não para compor uma imagem imaginária de nação mas, ao contrário, para despedaçá-la e afundar-se nas suas entranhas.
Quanto aos poetas, temos dois poetas vivos geniais, que honrariam qualquer literatura: Manoel de Barros e Adélia Prado. O Brasil do século XXI é um país complexo, e é rico porque é complexo e cheio de paradoxos. Assim também é sua literatura.»
Blogue de José Castello no jornal O Globo: A Literatura na Poltrona
Nas fotos, os rostos de: Clarice Lispector, Bernardo Carvalho, Manoel de Barros, Eliane Brum, Cristovão Tezza e Raimundo Carrero.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
O que não falta é feira...
Em 2011, a Festa Literária Internacional de Paraty viu 25 mil visitantes movimentarem R$ 13 milhões na economia local; evento, cuja décima edição será em julho, é modelo para iniciativas similares. (foto e legenda através do jornal Valor Econômico)
Em Brasília,de 14 a 23 de Abril, a 1ª Bienal do Livro e da Leitura
Em Poços de Caldas, Minas Gerais, de 28 de Abril a 6 de Maio, a VII Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas
No Amazonas, a Bienal do Livro Amazonas, de 27 de Abril a 6 de Maio
Segundo o blogue Livros Etc, de Josélia Aguiar, «os eventos literários no país (Brasil) são hoje 200, com vendas de livros que devem crescer 20% este ano pelos cálculos da Fundação Biblioteca Nacional, informa o jornal Valor Econômico»: AQUI
Escola do Escritor
A quem interessar possa, em São Paulo, uma «Escola do Escritor»:
«A Escola do Escritor oferece a você a
oportunidade de aprimorar seu talento literário. Se escrever ou
melhorar suas aptidões literárias é um objetivo, chegou o momento de
concretizá-lo. Basta tomar a decisão!
O primeiro passo é descobrir o que você deseja. Isso pode parecer fácil, mas, na prática, o escritor não consegue expor suas ansiedades e necessidades com clareza.
Os passos seguintes serão acompanhados por profissionais experientes do mercado editorial, que estão esperando por você para dar o direcionamento correto aos seus talentos. Você é o personagem principal de sua própria aprendizagem.
Venha (re)descobrir, na Escola do Escritor, a arte de escrever e publicar um livro.
O primeiro passo é descobrir o que você deseja. Isso pode parecer fácil, mas, na prática, o escritor não consegue expor suas ansiedades e necessidades com clareza.
Os passos seguintes serão acompanhados por profissionais experientes do mercado editorial, que estão esperando por você para dar o direcionamento correto aos seus talentos. Você é o personagem principal de sua própria aprendizagem.
Venha (re)descobrir, na Escola do Escritor, a arte de escrever e publicar um livro.
A Escola do Escritor também ministra cursos in company,
ou seja, os cursos podem acontecer em escolas, universidades,
livrarias, bibliotecas, empresas e espaços culturais, em todo território
nacional.»
R. Deputado Lacerda Franco, 165
Pinheiros - CEP 05418-000 - São Paulo - SP
Brasil
Telefax: (11) 3032-8300
Link: Escola do Escritor
terça-feira, 24 de abril de 2012
Sugestões de leitura
Linhas Impressas – sugestões de leituras com citações e indicações de tradutor e editora.
Veja em: Linhas Impressas
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que de um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Guardar – Antonio Cícero
Veja em: Linhas Impressas
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que de um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Guardar – Antonio Cícero
segunda-feira, 23 de abril de 2012
A arte de traduzir poesia
O escritor e professor Paulo Henriques Britto expõe sua
visão de tradução e explica, com exemplos práticos, todos os elementos
que devem ser levados em conta na tradução poética.
Publicado em 24/03/2012
Revista Ciência Hoje«A tradução é uma forma de reescrita; traduzir é reescrever um texto numa língua diferente. O objetivo é produzir um texto que possa substituir o original, para aqueles que desconhecem o idioma em que ele foi escrito. O tradutor é, pois, um tipo específico de autor.»
«Todas as exigências feitas à tradução de um texto em prosa ficcional se impõem ao tradutor de poesia.»
«A tradução de um poema que não leve em conta a divisão em versos e os
elementos rítmicos que caracterizam o original não é sequer uma tradução.»
Paulo Henriques Brito é poeta, contista, tradutor de poesia e prosa e professor de Estudos da Tradução da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1951. É um dos mais
conceituados poetas contemporâneos do Brasil (e um dos mais pessoanos),
tendo conquistado com o seu livro de 2003, Macau, o prémio
Portugal Telecom de Literatura Brasileira. É ainda um renomado tradutor de literatura anglo-americana, tendo traduzido já E. L. Doctorow, Henry James, V. S. Naipaul, Thomas Pynchon, Wallace Stevens, Elizabeth Bishop, Don DeLillo, Nadine Gordimer, John Updike, William Faulkner, Ted Hughes ou Philip Roth.
EPÍLOGO
Finda a leitura, o livro está completo
em sua solidão mais-que-perfeita
de couro falso e íntimo papel.
Lá fora, o mundo segue, arquitetando
as mesmas contingências costumeiras
que nunca esbarram numa irrefutável
conclusão que se possa resumir
em três letras letais, inalienáveis.
Que paz será possível nessa selva
sem índices, prefácios, rodapés?
indaga, da estante mais excelsa,
o livro. Porém, nada disso importa,
se todas as dúvidas se dissipam,
com tudo o mais, quando o bibliotecário
apaga as luzes, sai e tranca a porta.
A insolvência da Sodilivros
A editora Antígona enviou este comunicado à imprensa e o Cadeirão Voltaire publicou:
Comunicado à Imprensa – Insolvência de CESodilivros
A CESodilivros, a maior distribuidora de livros em Portugal, no mercado há mais de vinte anos, acaba de pedir a insolvência, deixando em grandes dificuldades e com muitas dívidas as mais de quarenta editoras que distribuía, incluindo a Antígona e a Orfeu Negro.
Os administradores desta empresa, o Sr. José da Ponte e o Dr. João Salgado, o patrão da mesma e também proprietário da Coimbra Editora, têm-se comportado como descarados malfeitores. Quase todas as distribuidoras de livros faliram nos últimos trinta anos.
Há aqui um erro; onde está esse erro?
Os meios de comunicação social têm estado silenciosos, indiferentes à desgraça dos editores e do pessoal trabalhador da CESodilivros.
Jornais e televisões andam muito ocupados com as banalidades do Governo e afins.
Deseja-se que a partir desta comunicação acordem para este gravíssimo problema cultural, ficando a Antígona disponível para fornecer todas as informações necessárias.
Lisboa, 20 de Abril de 2012
Luís Oliveira
Editor da Antígona
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