sexta-feira, 27 de abril de 2012
O que não falta é feira...
Em 2011, a Festa Literária Internacional de Paraty viu 25 mil visitantes movimentarem R$ 13 milhões na economia local; evento, cuja décima edição será em julho, é modelo para iniciativas similares. (foto e legenda através do jornal Valor Econômico)
Em Brasília,de 14 a 23 de Abril, a 1ª Bienal do Livro e da Leitura
Em Poços de Caldas, Minas Gerais, de 28 de Abril a 6 de Maio, a VII Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas
No Amazonas, a Bienal do Livro Amazonas, de 27 de Abril a 6 de Maio
Segundo o blogue Livros Etc, de Josélia Aguiar, «os eventos literários no país (Brasil) são hoje 200, com vendas de livros que devem crescer 20% este ano pelos cálculos da Fundação Biblioteca Nacional, informa o jornal Valor Econômico»: AQUI
Escola do Escritor
A quem interessar possa, em São Paulo, uma «Escola do Escritor»:
«A Escola do Escritor oferece a você a
oportunidade de aprimorar seu talento literário. Se escrever ou
melhorar suas aptidões literárias é um objetivo, chegou o momento de
concretizá-lo. Basta tomar a decisão!
O primeiro passo é descobrir o que você deseja. Isso pode parecer fácil, mas, na prática, o escritor não consegue expor suas ansiedades e necessidades com clareza.
Os passos seguintes serão acompanhados por profissionais experientes do mercado editorial, que estão esperando por você para dar o direcionamento correto aos seus talentos. Você é o personagem principal de sua própria aprendizagem.
Venha (re)descobrir, na Escola do Escritor, a arte de escrever e publicar um livro.
O primeiro passo é descobrir o que você deseja. Isso pode parecer fácil, mas, na prática, o escritor não consegue expor suas ansiedades e necessidades com clareza.
Os passos seguintes serão acompanhados por profissionais experientes do mercado editorial, que estão esperando por você para dar o direcionamento correto aos seus talentos. Você é o personagem principal de sua própria aprendizagem.
Venha (re)descobrir, na Escola do Escritor, a arte de escrever e publicar um livro.
A Escola do Escritor também ministra cursos in company,
ou seja, os cursos podem acontecer em escolas, universidades,
livrarias, bibliotecas, empresas e espaços culturais, em todo território
nacional.»
R. Deputado Lacerda Franco, 165
Pinheiros - CEP 05418-000 - São Paulo - SP
Brasil
Telefax: (11) 3032-8300
Link: Escola do Escritor
terça-feira, 24 de abril de 2012
Sugestões de leitura
Linhas Impressas – sugestões de leituras com citações e indicações de tradutor e editora.
Veja em: Linhas Impressas
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que de um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Guardar – Antonio Cícero
Veja em: Linhas Impressas
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que de um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
Guardar – Antonio Cícero
segunda-feira, 23 de abril de 2012
A arte de traduzir poesia
O escritor e professor Paulo Henriques Britto expõe sua
visão de tradução e explica, com exemplos práticos, todos os elementos
que devem ser levados em conta na tradução poética.
Publicado em 24/03/2012
Revista Ciência Hoje«A tradução é uma forma de reescrita; traduzir é reescrever um texto numa língua diferente. O objetivo é produzir um texto que possa substituir o original, para aqueles que desconhecem o idioma em que ele foi escrito. O tradutor é, pois, um tipo específico de autor.»
«Todas as exigências feitas à tradução de um texto em prosa ficcional se impõem ao tradutor de poesia.»
«A tradução de um poema que não leve em conta a divisão em versos e os
elementos rítmicos que caracterizam o original não é sequer uma tradução.»
Paulo Henriques Brito é poeta, contista, tradutor de poesia e prosa e professor de Estudos da Tradução da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1951. É um dos mais
conceituados poetas contemporâneos do Brasil (e um dos mais pessoanos),
tendo conquistado com o seu livro de 2003, Macau, o prémio
Portugal Telecom de Literatura Brasileira. É ainda um renomado tradutor de literatura anglo-americana, tendo traduzido já E. L. Doctorow, Henry James, V. S. Naipaul, Thomas Pynchon, Wallace Stevens, Elizabeth Bishop, Don DeLillo, Nadine Gordimer, John Updike, William Faulkner, Ted Hughes ou Philip Roth.
EPÍLOGO
Finda a leitura, o livro está completo
em sua solidão mais-que-perfeita
de couro falso e íntimo papel.
Lá fora, o mundo segue, arquitetando
as mesmas contingências costumeiras
que nunca esbarram numa irrefutável
conclusão que se possa resumir
em três letras letais, inalienáveis.
Que paz será possível nessa selva
sem índices, prefácios, rodapés?
indaga, da estante mais excelsa,
o livro. Porém, nada disso importa,
se todas as dúvidas se dissipam,
com tudo o mais, quando o bibliotecário
apaga as luzes, sai e tranca a porta.
A insolvência da Sodilivros
A editora Antígona enviou este comunicado à imprensa e o Cadeirão Voltaire publicou:
Comunicado à Imprensa – Insolvência de CESodilivros
A CESodilivros, a maior distribuidora de livros em Portugal, no mercado há mais de vinte anos, acaba de pedir a insolvência, deixando em grandes dificuldades e com muitas dívidas as mais de quarenta editoras que distribuía, incluindo a Antígona e a Orfeu Negro.
Os administradores desta empresa, o Sr. José da Ponte e o Dr. João Salgado, o patrão da mesma e também proprietário da Coimbra Editora, têm-se comportado como descarados malfeitores. Quase todas as distribuidoras de livros faliram nos últimos trinta anos.
Há aqui um erro; onde está esse erro?
Os meios de comunicação social têm estado silenciosos, indiferentes à desgraça dos editores e do pessoal trabalhador da CESodilivros.
Jornais e televisões andam muito ocupados com as banalidades do Governo e afins.
Deseja-se que a partir desta comunicação acordem para este gravíssimo problema cultural, ficando a Antígona disponível para fornecer todas as informações necessárias.
Lisboa, 20 de Abril de 2012
Luís Oliveira
Editor da Antígona
sábado, 21 de abril de 2012
lançamento da nova revista de poesia Z
Neste primeiro número da Z, fazemos uma saudação a Manuel da Silva Cerva, que em 1812, nos meses de janeiro e março, em Salvador, Bahia, editou a primeira revista literária brasileira, tendo como título As Variedades ou Ensaios de Literatura. E dedicamos neste número, ao poeta Samaral, editor da revista Urbana, uma página especial.
Campo de prova para projetos estéticos, experiências sensoriais e tecnológicas, onde inúmeros poetas publicam pela primeira vez suas inserções poéticas, a revista se configura num fenômeno cultural para onde dialogam linguagens visuais e verbais, desde a impressão tipográfica até a revista eletrônica.
A Z pretende divulgar poetas de todos os estados brasileiros, buscando intercâmbio constante, viagens de pacíficos e atlânticos, poetas de países próximos e distantes. Espaço para poemas, comentários, resenhas, fotos, ilustrações, papos sobre poesia sem fronteiras.»
quarta-feira, 18 de abril de 2012
170º aniversário de nascimento de Antero de Quental
Amar! mas dum amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...
Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor... dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços,
Como névoa da vaga fantasia...
Nem murchará do Sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?
AMOR VIVO
Antero de Quental, Poesia Completa
o mesmo «Crash» – e muitas capas
As diferentes capas do romance de J. G. Ballard acima: Inglaterra, Croácia, Espanha, França, República Tcheca, Sérvia, Itália, Brasil.
Uma outra boa seleção pode ser vista no Ballardian, um site inteiro dedicado ao escritor inglês. Eis uma amostra:
domingo, 15 de abril de 2012
FLUPP pensa
FLUPP pensa é um processo continuado de formação de leitores e autores. Uma espécie de reality show literário que visa publicar um livro lançando 30 novos autores, sendo 15 oriundos de áreas periféricas dentro da região metropolitana do Rio de Janeiro, e outros 15 da Polícia Militar. Ao mesmo tempo haverá encontros literários em 12 comunidades e, eventualmente, no QG da Polícia Militar. Em cada encontro estará presente um escritor de reconhecido prestígio para a participação em uma mesa aberta ao público.
O texto a seguir é de Zé Luís, da comunidade do morro Santa Marta, participante da FLUPP Pensa.
«Hoje eu me peguei pensando
Do alto do Morro, apreciando
O lugar onde nasci
Lembrei que quando engatinhava
Cá comigo arquitetava:
Um dia vou Andaraí
Alcancei algum progresso
Caminhei com Bonsucesso
Pelas ruas, sem receio
Para mim foi um privilégio
Comecei lá no Colégio
Bem na hora do Recreio
Perambulei Deus sabe aonde
De um Campinho, em Campo Grande
Fui correndo pra Tijuca
Suspirei ao ver a Ilha
Admirei cada Vila
Descansei na Parada de Lucas
Nos Pilares do Castelo
Percebi como era belo
O Engenho Novo da Usina
Sorri para a Portuguesa
Encantado, com certeza
Ofertei-lhe a Flor da Mina
Próximo à Chácara do Céu
Confessei ao Padre Miguel
Todos os segredos meus
Um Amor em cada canto
Orei por Todos os Santos
Aqui na Cidade de Deus
Escondidinho, entrei de fato
Quieto na Boca do Mato
Onde a natureza canta
Passando pela Rocinha
Parei na Cachoeirinha
Mergulhei na Água Santa
Vi um povo abençoado
Rico e pobre misturado
De Ipanema a Acari
Quem não gosta Paciência
Eu tomei uma Providência
Jamais vou sair daqui
Cada um tem sua bandeira
Fluminense em Laranjeiras
Cariocas de toda a nação
Botafogo que incendeia
Vasco da Gama na veia
Flamengo no coração
Canta Galo! Tá na hora!
Aproveite a graça da aurora
Acorda toda a Serrinha
Vamos curtir da Gamboa
A beleza da Coroa
No Engenho da Rainha
Na sombra de uma Mangueira
No Sossego da Pedreira
Eu refaço minha história
Contemplando o Céu Azul
Viajo para Zona Sul
E agradeço toda a Glória
Aqui no pico da favela
Aprecio da janela
A brandura desse clima
E digo: Muito obrigado!
Eu sou um abençoado
Vejo a cidade por cima
É o Rio!
Eu rio.»
A FLUPP é notícia na BBC News: Rio de Janeiro festival brings literature to favelas
e na Revista Arcadia: Retrato de la periferia
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